Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira.O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos.
Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.
Martin Luther King
Narra uma lenda que um príncipe poderoso caiu em mãos inimigas que decidiram tirar-lhe a vida, condenando-o à forca.
Dada sua linhagem nobre, o rei dos inimigos lhe propôs um acordo. Se ele conseguisse decifrar um certo enigma, sua vida seria poupada. Para isso, concedeu-lhe a liberdade de procurar a resposta por três dias.
Com a pergunta lhe fervendo na cabeça, o príncipe começou a buscar, entre os habitantes do lugar, quem o pudesse ajudar a encontrar a solução.
A pergunta era: O que mais deseja uma mulher?
Ao final do terceiro dia, já desanimado e antevendo sua morte na forca, o príncipe encontrou uma mulher muito feia. Na boca, somente dois dentes. Os cabelos desgrenhados. As vestes sujas. Era chamada por todos, pelo seu aspecto horrível, bruxa.
Ela disse que tinha a resposta. Mas exigia que, tendo salva a vida, ele voltasse e casasse com ela.
Não desejando morrer, ele consentiu e ela lhe disse: O que mais deseja uma mulher é ter soberania sobre a sua vida.
Com a resposta, o príncipe teve poupada a sua vida e voltou para casar com a bruxa. Não queria, mas tinha prometido. Triste destino o meu, pensava. Casar com uma bruxa.
Entristecido, na noite de núpcias, sentou-se na cama aguardando a noiva de horrível aspecto. Qual não foi sua surpresa quando ela se apresentou belíssima, num vestido branco, com cabelos louros, olhos azuis brilhantes e um sorriso perfeito.
Como pode? - perguntou o príncipe?
Esqueci de lhe falar que, durante o dia, eu sou bruxa e à noite viro uma linda mulher. Agora, você pode escolher: quer que eu seja bruxa de dia ou de noite?
Ele olhou para aquela figura maravilhosa e disse: Deixo à sua escolha.
A noite foi extraordinária. No dia seguinte, ao raiar do sol, o príncipe abriu os olhos e surpreso, viu deitada ao seu lado, a jovem maravilhosa da noite anterior.
Como? - perguntou ele. Você não disse que durante o dia virava bruxa?
Meu amor, falou ela, como você deixou que eu decidisse sobre o que quisesse ser e quando quisesse, eu decidi ser donzela de dia e de noite. Lembra que eu lhe falei que o que mais deseja uma mulher é a soberania sobre a sua vida?
* * *
No mundo existem pessoas assim. Fora do lar, no contato com as pessoas são excelentes. Gentis, atenciosas, ponderadas.
Basta que adentrem o lar para se tornarem déspotas. Gritam, exigem, magoam. Acreditam que o seu lar é seu reino e ali tudo podem fazer, sem limites.
Também existem as criaturas que no campo profissional, no trato social são ríspidas, grosseiras, exigentes em demasia.
E, no entanto, com a esposa, os filhos são dóceis, educados, prestativos.
O que ser, como ser e quando ser é decisão individual. Mas quando optarmos por sermos bons o dia todo, em todo lugar, com todas as pessoas, o mundo se tornará um lugar muito melhor para viver, amar e ser feliz.
Autor:
Redação do Momento Espírita, com base na Apologia da bruxa, do Seminário de Alberto Almeida º Superando a culpa pelo autoperdão.
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