...Que Deus lhe de em DOBRO tudo o que me desejar!!!

ॐ O DEUS em meu coração saúda o DEUS em seu coração..seja você quem for!!! O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você!.. O Deus que há em mim saúda o Deus que há em ti!.. O Espírito em mim reconhece o mesmo Espírito em você!.. A minha essência saúda a sua essência!!








terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lágrimas as vezes aliviam a dor...





Eu me sentei e chorei.

Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - as folhas, os insetos, as penas das aves - se transforma nas pedras do seu leito.

Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.

Ás margens do rio Piedra eu me sentei e chorei.


O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas em meu rosto, e elas se misturaram com as aguas geladas que correm diante de mim.


Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se misturam com o mar.


Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei do rio Piedra, do mosteiro, da igreja nos Pirineus, da bruma, dos caminhos que percorremos juntos.


Eu esquecerei as estradas, as montanhas, e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.''
 
Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora, e nos torna jovens quando a juventude passa. Mas como não recordar aqueles momentos? Por isso escrevia, para transformar a tristeza em saudade, a solidão em lembranças. Para que, quando acabasse de contar a mim mesma esta história, eu a pudesse jogar no Piedra - assim me dissera a mulher que me acolheu. Então - lembrando as palavras de uma santa - as águas poderiam apagar o que o fogo escreveu.


Todas as histórias de amor são iguais.
 
Tentando julgar o amor futuro pelo sofrimento passado. O amor é sempre novo. Não importa que amemos uma, duas, dez vezes na vida - sempre estamos diante de uma situação que não conhecemos. O amor pode nos levar ao inferno ou ao paraíso, mas sempre nos leva a algum lugar. É preciso aceitá-lo, porque ele é o alimento de nossa existência. Se nos recusamos, morreremos de fome vendo os galhos da árvore da vida arregados, sem coragem de estender a mão e colher os frutos. É preciso buscar o amor onde estiver, mesmo que isto signifique horas, dias, semanas de decepção e tristeza. Porque, no momento em que partirmos em busca do amor, ele também parte ao nosso encontro. E nos salva.

Trecho do livro Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei - Paulo Coelho
 
 
 
 
Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança. Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela.
Anaïs Nin
 
 Lágrimas as vezes aliviam a dor... 

Ontem chorei.
Por tudo que fomos.
Por tudo o que não conseguimos ser.
Por tudo que se perdeu.
Por termos nos perdido.
Pelo que queríamos que fosse e não foi.
Pela renúncia. Por valores não dados.
Por erros cometidos. Acertos não comemorados.
Palavras dissipadas. Versos brancos.

Chorei pela guerra cotidiana.

Pelas tentativas de sobrevivência.
Pelos apelos de paz não atendidos.
Pelo amor derramado.
Pelo amor ofendido e aprisionado.
Pelo amor perdido.
Pelo respeito empoeirado em cima da estante.
Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa.
Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados.
Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa.
Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje já é outro dia.
 
Diêgo Lima
 
 
Ontem chorei. Chorei, como choro quase sempre. Nem sempre, um choro molhado. Ontem chorei um choro estrangulado, ressequido, mais sentido que muitos prantos.
Ninguém notou que eu chorava convulsivamente. Não houve testemunha do meu quase-afogamento na secura.
Lágrimas aliviam, lavam a alma. Lágrimas são solventes, dissolvem mágoas. Lágrimas são coadjuvantes, no processo de abrandar a dor. E lágrimas são aparentes, rolam soltas pela face. Os olhos incham, há vermelhidão.
No meu choro seco não…
Ontem chorei a seco. Tratei a amargura como roupa fina. Tecido que requer cuidado redobrado. Sequei a minha tristeza à sombra de mim mesma.
Ninguém notou que retirei as nódoas e alisei os vincos de meu coração. Assim como ninguém percebe o estado de penúria em que se encontra: A pedir esmola mas pedindo pouco. O suficiente para sobreviver.
Ontem chorei. Atravessei o dia, invadi a noite, era madrugada e eu sem conter o choro.
Ninguém notou. Nem a fronha de meu travesseiro – cúmplice dos meus pensamentos, minha melhor amiga, perfumada e enxuta, permaneceu, indiferente ao choro que só eu sei, chorei....Já era hoje e eu chorava. Ainda choro. 

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