Eu começei a ler hoje!!!
São dois volumes e a a história é bem interessante!!
Prende sua atenção... fazendo o leitor entrar no mundo do personagem...
O que leva uma pessoa a cometer um crime? Pobreza, situação social, vontade, superioridade, ganância? E qual é a conseqüência desse crime? Dependendo do caso, tudo ou nada pode acontecer... A reflexão sobre o que leva alguém a cometer um crime e o que acontece com essa pessoa é o que Fiodor Dostoiévski faz em um de seus mais famosos romances, Crime e Castigo
Raskólnikov é um jovem que acabou de abandonar a faculdade de direito em São Petersburgo. Vivendo há algum tempo longe da família e com dificuldades financeiras, ele monta em sua mente um plano para conseguir dinheiro. Alióna Ivanovna, uma velha que penhora objetos de valor, é escolhida para ser sua vítima, uma mulher rabugenta que arranca dos seus clientes até o último fiozinho de ouro. Nos primeiros capítulos do romance, dividido em dois volumes na edição dos Clássicos Abril Coleções, vemos a o assassinato apenas na cabeça de Raskólnikov, com ele verificando cada passo que deve fazer e instrumentos que tem de usar para colocar em prática o seu plano.
O ex-estudante, inteligente e orgulhoso, decide assassinar velha, crente de que estaria fazendo um bem às pessoas que faziam negócios com ela. Mas também mata sua irmã, uma mulher boa que nunca lhe fez mal. É a reação dele a esse crime que permeia todo o resto da narrativa de Dostoiévski, mostrando sua apreensão quanto à descoberta de seu ato e como esse nervosismo agia em seu corpo e mente. Raskólnikov fica ainda mais receoso de ajuda, fechado e ranzinza, vendo o mundo de forma mais vil enquanto tenta se desligar do ocorrido, tornando-o um acontecimento sem importância.
A forma com que Dostoiévski narra, permeando a história com tramas paralelas, fazendo suas personagens se perderem em raciocínios que dão voltas na cabeça do leitor, mas que sempre retomam o tema principal do livro. Por meio de diálogos e transcrevendo pensamentos, o autor caracteriza as personagens, mostrando seu real caráter e conduzindo a trama com seus apontamentos. Certamente, uma forma bem cansativa de narrar que tira as forças do leitor, mas vale a pena pelo estudo aprofundado de cada personagem, servindo como crítica e reflexão do comportamento humano.
No início do segundo volume o foco sai de cima de Raskólnikov, com uma grande passagem falando da morte de Marmeládov e a relação do jovem com a família do finado. Sem falar no embate entre Raskólnikov e o noivo de sua irmã, a quem odeia e não aprova o casamento. Aí também cria-se uma intriga entre os dois e a prostituta Sónia, filha de Marmeládov, que tira dos olhos do leitor o assassinato de Alióna Ivanovna e os volta para sua família. Raskólnikov se mostra mais são, principalmente por estar em constante companhia de Sónia, com quem alivia seus temores e confidencia o crime.
Mas na cabeça do protagonista ainda há a duvida quanto ao que fez. Sua teoria do assassinato por um bem maior, uma transgressão necessária, é verdadeira ou ele deve se jogar à culpa, ver que o que fizera era, em todos os sentidos, um crime? Ele merecia ser severamente punido por isso? Dostoiévski se estende minuciosamente em todos os pensamentos das personagens, principalmente aos do jovem assassino. E também cria diversas tramas que trabalham valores e moral do homem que incrementam ainda mais a história.
Crime e Castigo é denso, demorado, e por vezes confuso por conta das voltas que Dostoiévski dá com suas tramas paralelas. São muitas personagens e diversas histórias que transportam o leitor para longe da ação principal, mas que ao mesmo tempo acrescentam mais à compreensão de quem é Raskólnikov.
Ele cria uma personalidade forte e faz o leitor entender o que o ex-estudante pensa e faz.
Todas as criações de Dostoiévski são ricas, seja em suas ações ou em seu psicológico, que montam uma trama onde cada pessoa tem sua importância. Não digo que a leitura é obrigatória por ela ser um clássico, mas por tratar as personagens de forma tão completa.
Ele cria uma personalidade forte e faz o leitor entender o que o ex-estudante pensa e faz.
Todas as criações de Dostoiévski são ricas, seja em suas ações ou em seu psicológico, que montam uma trama onde cada pessoa tem sua importância. Não digo que a leitura é obrigatória por ela ser um clássico, mas por tratar as personagens de forma tão completa.
“Nos começos de julho, por um tempo extremamente quente, saía um rapaz de um cubículo alugado, na travessa de S., e, caminhando devagar, dirigia-se à ponte de K. Discretamente, evitou encontrar-se com a dona da casa na escada. O tugúrio em que vivia ficava precisamente debaixo do telhado de uma alta casa de cinco andares e parecia mais um armário do que um quarto. A mulher que lho alugava, com refeição completa, vivia no andar logo abaixo, e por isso, quando o rapaz saía tinha de passar fatalmente diante da porta da cozinha, quase sempre aberta de par em par sobre o patamar.E todas as vezes que procedia assim sentia uma mórbida impressão de covardia, que o envergonhava e o fazia franzir o sobrolho.”
O livro conta a história de um jovem estudante que envolve-se em um crime por uma recompensa ridícula e acaba no universo psicológico do submundo russo. Vivendo em um quarto alugado e cercado por pessoas desprezíveis, quem mais o incomoda é a sua própria consciência.
Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara" Fiodor Dostoiévski
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