...Que Deus lhe de em DOBRO tudo o que me desejar!!!

ॐ O DEUS em meu coração saúda o DEUS em seu coração..seja você quem for!!! O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você!.. O Deus que há em mim saúda o Deus que há em ti!.. O Espírito em mim reconhece o mesmo Espírito em você!.. A minha essência saúda a sua essência!!








sábado, 2 de março de 2013

Que importa a vida real? Nós vivemos uma vida tão ociosa, tão parada, tão desprezível, estamos tão descontentes da nossa sorte, tão enfastiados da nossa existência!

Trechos do livro que estou lendo Noites Brancas de Fiodor Dostoievski
   Numa iluminada noite de primavera, à beira do rio Fontanka, um jovem sonhador se depara com uma linda mulher, que chora. São Petersburgo está mergulhada em mais uma de suas noites brancas, fenômeno que as faz parecerem tão claras quanto os dias e que confere à cidade a atmosfera onírica ideal para o encontro entre essas duas almas perdidas. Em apenas quatro noites, o tímido rapaz e a misteriosa Nástienhka passam a se conhecer como velhos amigos, mas algo vem atrapalhar o desenrolar romântico deste fugaz encontro. Publicada em 1848, esta história faz parte do ciclo de obras que Dostoiévski (1821-1881) criou após amargar uma forte desilusão amorosa e é a última escrita antes da prisão e do período de exílio na Sibéria.
Cada capítulo é um dia de vida desses personagens durante o
fenômeno.
Esse é um trecho do livro que estou lendo Noites Brancas de Fiodor Dostoievski ..pagina 33
(...) "O quarto está imerso na obscuridade; a sua alma está vazia e triste; Todo um reino de quimeras se desmoronou em seu redor, se desmoronou sem deixar rastro, sem ruído nem tumulto, passando como um sonho, e ela nem sequer se recordou de ter acalentado essas quimeras. Porém, uma espécie de obscura sensação que magoou levemente o seu peito, uma espécie de novo desejo seduz, estimula e irrita a sua imaginação. Novo sonho: Nova felicidade! Volta a beber o veneno delicioso do sonho!... Que importa a vida real? Nós vivemos uma vida tão ociosa, tão parada, tão desprezível, estamos tão descontentes da nossa sorte, tão enfastiados da nossa existência! E, na verdade, verifique como, à primeira vista, tudo se apresenta, na nossa vida, tão amargo como hostil... 'Pobres Criaturas!' Nada de interessante existe no seu pensamento. No entanto, ouvimos à nossa volta a multidão bramir e rodopiar no turbilhão da vida, ouvimos e vemos viver os homens, viver bem acordados, vemos que a vida não lhes é interdita, que a vida não lhes evaporará como um sonho, uma visão, que a vida deles é eventualmente renovada, eternamente jovem, sem que uma hora se assemelhe à seguinte, enquanto a tímida fantasia é sombria e monótona até a banalidade, escrava da sombra, da idéia, escrava da primeira nuvem que de súbito obscurecerá o sol e oprimirá de angústia o verdadeiro coração, tão cioso do seu Sol ... Ora, na angústia não pode existir fantasia." (...)
“Pois quando estamos infelizes sentimos mais fortemente a infelicidade dos outros; o sentimento não se esfacela, mas sim concentra-se…”
Noites Brancas  Fiodor Dostoievski
 - - - -
 
” - Pois creia-me, eu não tenho história nenhuma! Porque tenho vivido para mim próprio, como costuma dizer-me, só, completamente só, sempre só, completamente só. Sabe o que significa a palavra “só”? Pois é isso mesmo…”
Noites Brancas, Dostoiévski. Página 30

“Que a tua vida seja diáfana e agradável como o teu doce sorriso, e bendita sejas pelo instante de felicidade que tu deste a outro coração solitário e agradecido!
Meu deus! Um momento de felicidade! Sim! Não será isso o bastante para preencher uma vida?”

Noites Brancas Dostoiévski  

♥ ♥ ♥
E me pergunto: onde é que estão os seus sonhos? E balançando a cabeça, digo: como os anos voam depressa! E novamente me pergunto: mas o que você fez dos seus anos? Onde sepultou a sua melhor época? Você viveu ou não? Veja, digo a mim mesmo, veja como o mundo está ficando frio. Ainda passarão anos, e atrás deles virá a solidão sombria, virá a velhice trêmula com uma bengala, e atrás dela a tristeza e a melancolia. O seu mundo fantástico empalidecerá, os seus sonhos ficarão paralisados, sem vida e cairão como as folhas amarelas das árvores…
Noites Brancas Dostoiévski
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário